Cerca de 700 profissionais já fizeram qualificação após acordo judicial com MPT-SE
Como identificar e prevenir acidentes laborais? Quais os principais fatores de risco que podem comprometer a saúde dos trabalhadores? Essas são algumas questões desenvolvidas no curso de capacitação que é promovido pela Fundação Estadual de Saúde (Funesa) e pela Escola de Saúde Pública de Sergipe (ESP-SE) para os agentes comunitários de Saúde e de combate às endemias. Nesta quarta-feira (29), profissionais da cidade de Itaporanga D'Ajuda concluíram o curso.
Essa iniciativa de qualificação profissional se deu por meio de um acordo judicial firmado pelo Ministério Público do Trabalho em Sergipe (MPT-SE), em 2023. Com a turma de Itaporanga, já são 11 cidades que finalizaram as suas capacitações, incluindo os municípios de Lagarto, Canindé de São Francisco, Poço Redondo, Carmópolis, Maruim, Capela, General Maynard, Nossa Senhora do Socorro, São Cristóvão e Barra dos Coqueiros. A próxima cidade que receberá o curso será Aracaju, com início previsto para o dia 10 de novembro.
O procurador do Trabalho Adroaldo Bispo ressaltou a relevância da atuação dos agentes de Saúde como profissionais que estão na linha de frente no combate a casos de exploração de trabalhadores, acidentes e doenças laborais. "O objetivo principal é que eles identifiquem os riscos da própria atividade de trabalho desses agentes, enquanto servidores públicos, e consigam observar os riscos que os trabalhadores sofrem nas suas atividades cotidianas, vinculando eventuais doenças com a atividade laborativa, para saber se há nexo de causalidade ou não", destacou o procurador.
De acordo com a supervisora dos agentes comunitários de Saúde do município de Itaporanga D'Ajuda, Fernanda Viana, 97 servidores realizaram inscrições no curso, sendo 79 agentes de Saúde e 18 de combate às endemias. Ao final, 83 profissionais foram aprovados. "Essa capacitação permite qualificar os profissionais para que possam identificar os agravos no ambiente do trabalho, como utilizar melhor os EPIs para evitar acidentes, notificar doenças relacionadas ao trabalho e orientar a população que eles assistem", explicou Viana.
Além da qualificação técnica, o projeto desperta uma nova perspectiva para o olhar de cada profissional. Para a agente de Saúde Edenilce Barros, o curso deu a oportunidade de conhecer mais a fundo a realidade do trabalho na sua cidade. "Por meio do curso, eu aprendi que as nossas visitas não envolvem somente cuidado de marcar fichas de atendimento, mas sim ter um olhar diferenciado para aqueles que estão trabalhando no interior e que, por muitas vezes, não percebem o quanto é importante o Equipamento de Proteção Individual (EPI), por exemplo. A partir de agora, vamos nos preocupar em chegar na casa de uma família e ter um olhar diferenciado para aquela pessoa. Vai ser uma troca de conhecimentos e mais humanidade", afirmou.



