Sergipe vive um dos momentos mais importantes de sua história energética e, com foco no presente e no futuro, investe na expansão da distribuição de gás natural. Conduzida pela Sergipe Gás S/A (Sergas), os investimentos no setor se alinham ao planejamento estratégico do Governo do Estado e à política industrial da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico e da Ciência e Tecnologia (Sedetec), com o objetivo de reduzir custos para os consumidores, ampliar a competitividade industrial e garantir mais segurança e qualidade de vida para os sergipanos.
O diretor-presidente da Sergas, Alan Lemos, explica que Sergipe está se preparando para aproveitar de forma plena a janela histórica aberta pela exploração de gás natural do Projeto Sergipe Águas Profundas (Seap), da Petrobras, prevista para ganhar força nos próximos anos. “O governador [Fábio Mitidieri] tem dito que Sergipe não pode ser o ‘Uber’ do gás. Temos que criar as condições para que o gás que passa por Sergipe seja também utilizado aqui, gerando desenvolvimento, empregos e novas oportunidades”, afirma.
Com 330 km de gasodutos já implantados, a Sergas atua, hoje, em oito cidades: Aracaju, São Cristóvão, Nossa Senhora do Socorro, Laranjeiras, Estância, Rosário do Catete, Carmópolis e Itaporanga. Em 2026, serão incorporados Umbaúba, onde está sendo finalizado um dos postos do chamado “Corredor Azul” para abastecimento de frotas pesadas, e Barra dos Coqueiros, que receberá um novo gasoduto passando pela ponte João Alves e uma rede estruturante para atender condomínios, comércio e postos de Gás Natural Veicular (GNV).
Outro avanço significativo é o projeto de Lagarto, atualmente operando com gás natural comprimido (GNC) em um sistema pioneiro no Brasil. Nos próximos anos, a ideia é que a cidade ganhe uma rede estruturante completa, capaz de atender indústrias, comércios e residências, criando as bases para um futuro gasoduto.
Em 2025, a Sergas deve fechar o ano com um investimento de cerca de R$ 20 milhões. Já em 2026, o plano de investimentos projetado pela empresa deve superar esse valor, podendo chegar a aproximadamente R$ 22 milhões.
Integração
Um dos pilares da expansão é a nova estação de medição ligada à usina da Eneva, empresa responsável pela Termelétrica Porto de Sergipe 1, na Barra dos Coqueiros. Ela permitirá que Sergipe receba gás de diferentes supridores com maior segurança, além de abrir espaço para que o gás importado pela companhia seja medido, remunerado e, eventualmente, redirecionado para outras regiões do país. “Isso gera receita para a Sergas e para Sergipe, fortalece o sistema elétrico nacional e cria oportunidades de negócios locais”, explica Lemos ao destacar que a integração permitirá, ainda, que eventuais excedentes de gás da Eneva sejam utilizados pela rede estadual, algo que hoje ocorre de maneira limitada.
Em paralelo, estudos estão em andamento pela Sergas para levar o gás ao sertão sergipano, mediante avaliação técnica e regulatória da Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de Sergipe (Agrese), garantindo responsabilidade fiscal e segurança ao consumidor.
Industrialização
O gás natural reduz custos energéticos e amplia a estabilidade de fornecimento - fatores essenciais para a competitividade industrial. A expansão do gás natural em Sergipe tem sido decisiva para atrair grandes investimentos. Um dos exemplos é o retorno da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados (Fafen), em Laranjeiras. A planta, que deve voltar a operar ainda neste ano, será uma das maiores consumidoras de gás do estado, impulsionando a arrecadação, a produção industrial e a geração de empregos.
No contexto da expansão e da necessidade de fortalecer a interiorização da rede de gás, a Sergas reforça seu papel na estruturação das bases do desenvolvimento econômico de toda a região. O assessor de Planejamento da companhia, Maurício Cajazeira, destaca a importância do alinhamento entre os investimentos da empresa e a estratégia do Governo do Estado. “A Sergas cumpre o seu papel de empresa pública estadual, responsável por desenvolver a infraestrutura de distribuição de gás no território no estado de Sergipe. E esse papel está alinhado ao que o governo de Fábio Mitidieri vem buscando, que é desenvolver o interior. Precisamos ter uma Sergas mais forte, um Estado de Sergipe mais forte, o que traz geração de emprego por meio da atração de novas indústrias porque o gás é energia e a energia possibilita esse desenvolvimento”, afirma.
Benefícios
Atualmente, 49 mil consumidores residenciais e comerciais, além de indústrias e postos de GNV, são atendidos pela rede da Sergas. “O número de beneficiários diretos é bem maior, já que em apenas um condomínio residencial, por exemplo, que conta como um cliente, beneficia centenas de famílias”, destaca Alan Lemos.
Enquanto a indústria, uma das maiores beneficiadas, ganha previsibilidade e segurança, livre dos problemas de sazonalidade presentes em fontes como lenha ou Gás Liquefeito de Petróleo (GLP), as famílias sergipanas que têm o produto em suas residências ganham mais segurança. Em caso de possíveis vazamentos, por exemplo, o gás natural se dissipa no ar, ao contrário do Gás Liquefeito de Petróleo (GLP), que é pesado e pode se acumular. Os benefícios nas residências também se destacam quanto ao conforto e praticidade, já que não há a necessidade de armazenar botijões e o fornecimento é contínuo e estável, 24 horas por dia.
O gás natural também traz ganhos ao meio ambiente, uma vez que é uma energia mais limpa. “Quem muda para o gás natural não volta atrás. É mais seguro, mais estável, mais limpo e melhora a vida das pessoas”, completa Alan Lemos.




