Dores e lesões na coluna, antes mais associadas ao envelhecimento, têm se tornado cada vez mais frequentes entre pessoas jovens. A mudança de perfil preocupa os profissionais de saúde, que apontam o estilo de vida atual como fator determinante para o aumento desses casos.
Um estudo transversal brasileiro, publicado no Brazilian Journal of Physical Therapy em fevereiro de 2024, revelou que a prevalência em um mês de dor musculoesquelética incapacitante — ou seja, que limita atividades — em crianças e adolescentes foi de 27,1 %. Dentre esses casos, a coluna (região das costas) foi a área mais afetada, representando 51,8 % dos relatos.
Segundo o fisioterapeuta Dr. Ewerton Caroso, membro da Associação Brasileira de Reabilitação de Coluna e professor de pós-graduação em Osteopatia, três elementos se destacam como principais vilões da saúde postural: postura incorreta no uso do celular, sedentarismo e estresse.
“O uso excessivo de celulares e outros dispositivos eletrônicos faz com que muitos jovens mantenham a cabeça projetada para frente e os ombros caídos, sobrecarregando a coluna cervical. Associado a isso, o sedentarismo enfraquece a musculatura que deveria proteger a coluna, e o estresse aumenta a tensão muscular, criando um ambiente propício para dor e lesões”, explica Dr. Ewerton.
Mudança de hábitos como prevenção
O especialista ressalta que, embora a tecnologia seja parte inevitável da vida moderna, a adoção de hábitos simples pode reduzir os impactos na saúde da coluna.
“É fundamental que os jovens façam pausas durante o uso de aparelhos eletrônicos, pratiquem atividades físicas regularmente e invistam em técnicas de relaxamento, como alongamento e exercícios respiratórios. A prevenção é sempre o caminho mais eficaz”, acrescenta o fisioterapeuta.
Consequências a longo prazo
Se não tratadas, dores aparentemente simples podem evoluir para problemas mais sérios, como hérnias de disco, alterações posturais e até limitação funcional precoce. Por isso, especialistas reforçam a importância de procurar acompanhamento profissional diante dos primeiros sinais.
“A dor é um sinal de alerta do corpo. Não deve ser ignorada. Procurar ajuda logo no início evita complicações futuras e garante melhor qualidade de vida”, conclui Dr. Caroso.
Vestibulandos
Ao se preparar para o vestibular e o Enem, os jovens precisam ter atenção não apenas ao desempenho acadêmico, mas também à saúde da coluna. Longas horas de estudo em posições inadequadas, muitas vezes curvados sobre livros ou telas de celular, favorecem dores e lesões cada vez mais comuns nessa faixa etária. Manter pausas regulares, investir em uma cadeira adequada, ajustar a altura da mesa e praticar exercícios físicos são cuidados essenciais para proteger a coluna e garantir que o corpo acompanhe o ritmo intenso da preparação para as provas.
“Essas dores físicas, quando não tratadas, podem gerar disfunções emocionais importantes, como ansiedade, irritabilidade e dificuldade de concentração. Isso acaba interferindo diretamente no desempenho do vestibulando, prejudicando o foco e a confiança no momento da prova”, finaliza.
Fonte: Rodrigo Alves Assessoria de Imprensa e Marketing
Foto: divulgação