A Prefeitura de Aracaju, em parceria com a Universidade Federal de Sergipe (UFS), dá sequência a segunda etapa do mapeamento da prevalência do coronavírus na capital. O trabalho piloto, que serviu para direcionar a logística da pesquisa, foi realizado em abril. Agora, numa fase mais madura dos estudos, as equipes estão percorrendo os bairros da cidade seguindo a ordem dos que apresentam o maior número de casos. Assim, as duas primeiras localidades escolhidas foram Farolândia e Jabotiana.
No primeiro momento, é a Prefeitura a responsável pela coleta de amostras para iniciar a pesquisa que, posteriormente, serão avaliadas pela UFS, que apontará o resultado do mapeamento de prevalência. Mais do que saber a incidência da doença causada pelo vírus em cada bairro, esse mapeamento é de extrema importância para o direcionamento das ações desenvolvidas pela Prefeitura e a adoção de medidas pertinentes ao enfrentamento à covid-19 em Aracaju.
“A pesquisa em cada bairro seguirá a sequência de notificações. Cada bairro, pela população, tem um número específico de amostra. A metodologia do trabalho estabelece que no bairro onde acontecerá a testagem seja definido um local específico, que pode ser desde a Unidade Básica de Saúde ou os veículos itinerantes da SMS, onde a equipe receberá as pessoas previamente definidas”, explica a diretora de Vigilância e Atenção à Saúde do município, Taise Cavalcante.
Para a escolha das pessoas que irão participar do teste, a Prefeitura utiliza o mesmo método aplicado para o Levantamento Rápido de Índices para Aedes Aegypt (LIRAa). De cada imóvel selecionado para a pesquisa, apenas uma pessoa é convidada a participar do mapeamento.
“Sabemos que 80% dos que tiveram contato com o vírus são assintomáticas ou com sintomas leves, portanto, os testes serão aplicados em todos os bairros da cidade, em pessoas que não apresentam sintomas”, destaca Taíse.
A diretora de Vigilância e Atenção à Saúde esclarece, ainda, como acontece a fase de testagem e ressaltou a necessidade das pessoas atenderem o chamado para o teste.
“Um agente de endemia vai até a residência, explica o trabalho. É muito importante que as pessoas atendam e participem da pesquisa porque é uma forma de contribuir para as ações que a gestão municipal vem realizando para combater a proliferação do vírus. Assim que explicamos o trabalho, damos um voucher, e é com esse papel que a pessoa chega onde estaremos fazendo a coleta do exame. Fazemos o exame capilar, e para os resultados positivos, nós ainda coletamos o sangue dessa pessoa e encaminhamos ao laboratório para confirmação. Bem como, o mesmo quantitativo de positivos que a gente encontrar para coleta de sangue, nós também vamos coletar de negativos, pra gente fazer a avaliação efetivamente do teste e a pesquisa ficar mais qualificada”, aponta Taíse.
Pela UFS, quem está à frente do estudo é o chefe do laboratório de Biologia Molecular do Hospital Universitário (HU), Roque Almeida, que conta com outros dois médicos em sua equipe para dar continuidade ao mapeamento, a partir dos dados obtidos pelos testes realizados pela Prefeitura.
De acordo com Roque, alguns indicadores serviram para definir quantas pessoas seriam necessárias para fazer a amostragem. “Não temos dados anteriores sobre o coronavírus, como temos de outras doenças ou vetores, mas, temos dados de mortalidade, casos positivos, testes realizados. Esses indicadores serviram como base para calcular quantas pessoas seriam necessárias, em Aracaju, para testar. Chegamos ao número de 4.000 pessoas”, ressalta.
Em cada bairro, no mínimo 50 pessoas serão testadas, a depender do tamanho da localidade, o número de pessoas vai aumentar.
Conforme o professor, após o teste inicial, cujo resultado sai em 15 minutos, a amostra será encaminhada para o laboratório do Centro de Especialidades Médicas de Aracaju (Cemar).
“Tudo é uma novidade e, por se tratar de um teste novo, precisa passar por uma validação, portanto, o teste que está sendo feito na rua será reproduzido em laboratório para ter uma confirmação do resultado, e é essa confirmação que usaremos para analisar os dados e montar o mapeamento”, afirma Roque.
Fonte: PMA
Foto: Ascom SMS